Relato - PSL Mulheres em Montreal
Durante o FISL 2005, em Porto Alegre, tive a oportunidade de conhecer as pessoas que integraram a caravana vinda do Canadá, em espcial a Lia Talbot, que inclusive já morou no Brasil e fala português muito bem. Conversamos muito sobre o Projeto Software Livre Mulheres, sobre o que estávamos fazendo ali, durante o FISL (O 2o Encontro Mulheres e Software Livre), e participei também de uma pesquisa que estava sendo feita sobre o Projeto Software Livre Brasil.
Conversando com ela, comentei que eu estaria no Canadá entre os dias 19 e 24 de julho em função do evento Ottawa Linux Symposium, que é um evento focado em Linux (sim, o kernel) conhecidamente técnico e de muito alto nível.
Então ela sugeriu que poderíamos marcar alguma atividade sobre o tema Mulheres e Software Livre em Montreal, no dia 24. Eu adorei a idéia, e logo em seguida recebi e-mails com press release, informações de lugar, tudo certinho para minha ida para lá.
Então, no dia 24 de julho participei de um evento chamado Femmes at Logiciels Libres - Mulheres e Software Livre em Montreal, do qual participei contando um pouco da minha experiência na comunidade, de pessoa técnica, mulher e com uma boa visão política do movimento. Tenho que admitir que enquanto algumas pessoas adoram bradar aos quatro ventos que odeia política, eu me orgulho de ter essa visão e poder debater temas que vão um pouco além de Debian versus Slackware.
Contei a respeito do começo do meu envolvimento, como surgiu o PSL Mulheres, as reuniões solitárias Fernanda e Loimar em Porto Alegre nos poucos dias que eu tinha para ficar por lá, já que naquela época eu morava em Porto Alegre.
Também sobre os projetos nos quais participamos, o site da Marcha Mundial, o Telecentro Feminista, o Encontro de Mulheres no FISL, e agora o Plano de Inclusão Digital para a SPM e também o 10o Encontro Feminista, do qual provavelment faremos o website para publicação de notícias e fotos.
Fui também questionada sobre vários assuntos, como a criação de grupos femininos na comunidade, criação de guetos, grupos locais versus grandes grupos internacionais. Minha opinião a respeito:
Acho que um grupo feminino que exista na comunidade, para não se transformar num gueto precisa ter um papel muito bem definido, e não pode repetir um espaço que já existe pelo simples fato de querer criar um mundo da Barbie, onde as mulheres ficarão entocadas, e separadas do resto da comunidade Software Livre para sempre. Os grupos femininos tem que trabalhar de acordo com políticas afirmativas de inclusão, com objetivos claros e ações bem definidas, o que é o caso do Debian Women por exemplo.
O fato do Debian Women existir não vai fazer com que as mulheres nunca mais tenham que conviver os homens que são 99,5% dos participantes do projeto, mas sim fazer com que pessoas mais dispostas a ajudar, ensinem o caminho das pedras para que o segundo passo não seja mais um problema porque as mulheres possuirão informação suficiente sobre o projeto e o trabalho que fazem para que ele seja feito com o resto do grupo, ou apesar dele. Depois que você já conhece os procedimentos, regras e atividades do Debian, a integração com o resto fica mais facilitada porque você sente mais segurança.
Sobre a criação de grupos regionais versus grupos internacionais, eu acredito que grupos articulados internacionalmente, principalmente com objetivos globais como o PSL Mulheres, refletiriam uma visão global dos problemas, o que resultaria em propostas mais eficientes e independentes de contextos locais. Estas propostas poderiam sim ser adaptadas às realidades locais, mas o trabalho feito pelo coletivo seria muito menor.
Me surpreendi ao final de tudo na sessão de perguntas, quando Lia me perguntou o que eu achava a respeito da criação de um coletivo como o PSL Mulheres em Montreal. Eu simplesmente AMEI a idéia.
Então várias outras coisas pintaram na minha mente, como a criação de uma lista em francês ou inglês, e reuniões mensais via irc que seriam em inglês, onde tod@s possam participar e trocar experiências sobre as atividades dos grupos em cada localidade, e também discutir os projetos que não são regionalizados.
Durante o OLS, depois da sessão do Debian Women, eu conheci uma mulher chamada Orna (eu acho) que também se mostrou muito interessada em participar das discussões.
Assim que meu computador voltar a funcionar, eu coloco no ar fotos do evento, e também o áudio da minha sessão.
Conversando com ela, comentei que eu estaria no Canadá entre os dias 19 e 24 de julho em função do evento Ottawa Linux Symposium, que é um evento focado em Linux (sim, o kernel) conhecidamente técnico e de muito alto nível.
Então ela sugeriu que poderíamos marcar alguma atividade sobre o tema Mulheres e Software Livre em Montreal, no dia 24. Eu adorei a idéia, e logo em seguida recebi e-mails com press release, informações de lugar, tudo certinho para minha ida para lá.
Então, no dia 24 de julho participei de um evento chamado Femmes at Logiciels Libres - Mulheres e Software Livre em Montreal, do qual participei contando um pouco da minha experiência na comunidade, de pessoa técnica, mulher e com uma boa visão política do movimento. Tenho que admitir que enquanto algumas pessoas adoram bradar aos quatro ventos que odeia política, eu me orgulho de ter essa visão e poder debater temas que vão um pouco além de Debian versus Slackware.
Contei a respeito do começo do meu envolvimento, como surgiu o PSL Mulheres, as reuniões solitárias Fernanda e Loimar em Porto Alegre nos poucos dias que eu tinha para ficar por lá, já que naquela época eu morava em Porto Alegre.
Também sobre os projetos nos quais participamos, o site da Marcha Mundial, o Telecentro Feminista, o Encontro de Mulheres no FISL, e agora o Plano de Inclusão Digital para a SPM e também o 10o Encontro Feminista, do qual provavelment faremos o website para publicação de notícias e fotos.
Fui também questionada sobre vários assuntos, como a criação de grupos femininos na comunidade, criação de guetos, grupos locais versus grandes grupos internacionais. Minha opinião a respeito:
Acho que um grupo feminino que exista na comunidade, para não se transformar num gueto precisa ter um papel muito bem definido, e não pode repetir um espaço que já existe pelo simples fato de querer criar um mundo da Barbie, onde as mulheres ficarão entocadas, e separadas do resto da comunidade Software Livre para sempre. Os grupos femininos tem que trabalhar de acordo com políticas afirmativas de inclusão, com objetivos claros e ações bem definidas, o que é o caso do Debian Women por exemplo.
O fato do Debian Women existir não vai fazer com que as mulheres nunca mais tenham que conviver os homens que são 99,5% dos participantes do projeto, mas sim fazer com que pessoas mais dispostas a ajudar, ensinem o caminho das pedras para que o segundo passo não seja mais um problema porque as mulheres possuirão informação suficiente sobre o projeto e o trabalho que fazem para que ele seja feito com o resto do grupo, ou apesar dele. Depois que você já conhece os procedimentos, regras e atividades do Debian, a integração com o resto fica mais facilitada porque você sente mais segurança.
Sobre a criação de grupos regionais versus grupos internacionais, eu acredito que grupos articulados internacionalmente, principalmente com objetivos globais como o PSL Mulheres, refletiriam uma visão global dos problemas, o que resultaria em propostas mais eficientes e independentes de contextos locais. Estas propostas poderiam sim ser adaptadas às realidades locais, mas o trabalho feito pelo coletivo seria muito menor.
Me surpreendi ao final de tudo na sessão de perguntas, quando Lia me perguntou o que eu achava a respeito da criação de um coletivo como o PSL Mulheres em Montreal. Eu simplesmente AMEI a idéia.
Então várias outras coisas pintaram na minha mente, como a criação de uma lista em francês ou inglês, e reuniões mensais via irc que seriam em inglês, onde tod@s possam participar e trocar experiências sobre as atividades dos grupos em cada localidade, e também discutir os projetos que não são regionalizados.
Durante o OLS, depois da sessão do Debian Women, eu conheci uma mulher chamada Orna (eu acho) que também se mostrou muito interessada em participar das discussões.
Assim que meu computador voltar a funcionar, eu coloco no ar fotos do evento, e também o áudio da minha sessão.
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